"Tudo que é seu, encontrará uma forma de chegar até você." (Chico Xavier)


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO NO LAR

Por Bruno J. Gimenes

Engana-se quem pensa que uma oração precisa seguir um padrão específico, ou seja, que a oração para um santo é mais forte que a outra, ou que aquela prece que você aprendeu quando criança agora já não é mais tão boa. O que determina o poder de uma oração é o grau de entrega, a fé, a devoção e a intenção que a pessoa ou as pessoas colocam no momento de realizá-la. Esse é o segredo: a intenção.
Mais uma coisa é real: a oração realmente funciona.
Quando uma pessoa faz a sua oração, com o coração cheio de entrega, fé e devoção, ela eleva a sua sintonia, estabiliza seus ciclos cerebrais e coloca seu conjunto mente-espírito em conexão direta com as forças do Grande Espírito Criador.
Ao criar essa ligação, a atmosfera espiritual do ambiente e da pessoa envolvida nele começa a ser higienizada, pois a força dos fluidos balsâmicos produzidos na prece é tão grande, que gradualmente o psiquismo do lugar naturalmente é modificado para melhor.
Desta forma, a oração é uma grandiosa ferramenta que deve ser utilizada disciplinadamente no lar, no trabalho, na vida diária, pois propicia proteção espiritual, clareza de pensamentos e melhora a imunidade em todos os níveis.
A maioria dos problemas humanos poderiam ser solucionados com a simples prática da prece, pois ela tem a capacidade de modificar completamente a vibração energética de uma pessoa, lar, objeto, automóvel, avião, ônibus, etc.
Vamos! Reze, entregue-se de coração para a força sublime do Grande Espírito Criador, você não tem nada a perder!
Reze, peça ajuda, peça esclarecimento! Peça para que os seus caminhos se abram, mas faça com confiança e alegria no coração, pois a oração como dor no coração e lamentação não funciona.
O que importa não é o tipo da prece, tão pouco o ser de luz que você se sintoniza, mas a sim a força e a intenção que você consegue colocar na oração, além de que, sinceridade e honestidade são muito importantes também.
No seu lar, que deve ser o seu templo sagrado, a oração periódica pode fazer uma transformação maravilhosa em tudo, em especial se ela for realizada por mais de uma pessoa.
Segue abaixo um pequeno roteiro como sugestão para você seguir caso se interesse em receber as bênçãos que essa simples prática pode trazer.
O grupo de pessoas faz um círculo de mãos dadas onde todos podem ficar sentados. Todos devem permanecer de olhos fechados procurando acalmar a mente. Um integrante do grupo inicia a oração fazendo um agradecimento, pela vida, pela cidade que mora, pelas bênçãos diárias recebidas, etc. Em seguida, ele deve pedir proteção e amparo aos seres de luz, para estejam com o grupo nesta oração.
Então se reza uma prece (escolha uma, existem tantas) ou se preferir, entoa-se mantras. Siga a sintonia do grupo, nunca fique prezo a um padrão, deixe a intuição falar mais alto.
Todos devem participação na prece ou mantra, que deve ser oferecido em benefício da humanidade, das pessoas que precisam, dos governantes, para hospitais, creches, orfanatos, penitenciárias, para todas as regiões do mundo em guerra ou conflitos, bem como para tudo e todos que vier a sua mente. Tão ofereça a prece aos seus amigos, parentes e ao grupo também. Por último, o líder do grupo que está conduzindo a oração deve pedir aos seres de luz que iluminem, transmutem e elevem a energia do grupo e do lar.
Encerra-se a prece com agradecimento de coração e intenção.
Uma prática tão simples como esta, tem o poder de higienizar o ambiente de uma forma muito profunda. Faça pelo menos uma vez por semana e os resultados serão vistos já na primeira ocasião de prece.
Fica a dica de estabelecer sempre um dia e horário para este tipo de oração, pois a longo prazo, os benefícios podem ser ainda mais potencializados.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Solidão se Cura com Solidão

Todos nós somos carentes de afeto, temos medo da solidão, de permanecer sem amor, de sofrer. Mas porque será que este medo é tão forte e domina tantas pessoas? Por que motivos temos tanto medo da solidão?
É certo que quanto estamos sozinhos fazemos uma viagem ao nosso interior, aos recantos mais secretos e também obscuros da alma. Nesta viagem, percorremos vários caminhos, diversas estradas, algumas belas e apreciáveis e outros trechos mais difíceis, perigosos, onde é necessária coragem para aventurar-se.
Quando estamos sozinhos fazemos um mergulho profundo para dentro de nossa essência, para nossa verdadeira personalidade, que no dia a dia fingimos que não existe, ou a deixamos escondida, pois vivemos no piloto automático.
É preciso ter coragem para percorrer o desconhecido, que muitas vezes assusta...é preciso ter coragem de compreender porque alguns caminhos estão sujos, são feios, Lamacentos, sem luz e brilho.
Assim, essa viagem interior é cheia e emoções, de aventuras, tanto felizes como tristes, mas certamente, ao final, ao superar este medo, o caminho de volta torna-se mais claro e, a partir de então, permanecer com nossa alma, em silêncio, será prazeroso.
Começamos a viagem relembrando as coisas boas, colocamos tudo nos lugares, passamos por locais onde tivemos alegrias, encontros com família, com amigos, onde a felicidade manifestou-se. Situações que tivemos sucesso pessoal, profissional, inclusive. Essa parte é agradável, é a lembrança de tudo que passamos de positivo nesta vida e nos traz enorme gratidão.
Porém, nesta viagem rumo ao nosso interior, há trechos sem asfalto, com pó, aqueles que há muito tempo estão intocados, mas precisam ser limpos.
Muitas vezes há pedras no caminho, que precisam ser removidas, ou seja, sentimentos e emoções condensadas, gravadas em nossa memória celular há muito tempo, e embora com consciência que atrapalham nosso caminho, relutamos para removê-las, diante do receio à mudança.
Em outras oportunidades, as descidas são íngremes, temos medo de não voltar mais a viver de forma leve e tranquila, temos medo de sofrer “para sempre”.
Quando nos dispomos em curar determinado sentimento, é preciso senti-lo, portanto, se em nosso interior a solidão é algo forte, ela que viemos curar nesta encarnação.
Desta forma, temos que senti-la e compreende-la. Somente curamos um sentimento gravado a ferro e fogo em nossos registros akashicos quando ele se manifesta, quando a dor ressurge, mas é nesse momento que escolhemos. Aceitar com resignação, sem vitimização e fazer uma autoanálise ou colocar-se na posição de vítima, achando-se um sofredor, que não tem momentos felizes.
A solidão não é curada com festas, com pessoas a nossa volta, com relacionamentos, porque eles apenas escondem, remediam, ou seja,  disfarçam este sentimento.
Ao tentar curar a solidão com carinho e amor de terceiros, vamos nos desiludir, criando expectativas e esperando que o outro atenda todas nossas necessidades e caprichos.
Entretanto, tudo que é interno, o que pulsa em nosso interior, somente ali será curado. Não encontraremos a cura fora, mas somente dentro.
Para curar, precisamos de enfrentamento interno, ficar conosco, aceitar nosso lado sombra, sem rejeitá-lo e compreender que ele precisa ser amado para ser curado. É preciso dar amor para nossa essência, para nossa alma.
Assim, os relacionamentos somente remediam a solidão, mas ela sempre se repetirá de forma cíclica até ser compreendida e aceita.
Além disso, um relacionamento é apenas um aspecto de nossa vida, é uma gota dentro de um oceano de possibilidades e necessidades evolutivas. Não estamos aqui somente para ter um relacionamento e vivermos felizes para sempre, inobstante isso COMPLEMENTE nossa felicidade e busca.
Nossa encarnação é grandiosa, pois assim o somos. Tudo no Universo é sincronizado, os encontros, reencontros, desencontros, as coisas acontecem para cumprimento de nossa missão pessoal e coletiva, desta forma, nossos objetivos de evolução são maiores e amplos.
Num relacionamento saudável teremos um parceiro evolutivo, ocorrendo uma troca mútua, rumo a elevação conscencial. São duas almas diferentes que juntas estão aprendendo, ensinando, resgatando, mas possuem necessidades e interesses evolutivos diversos. Não pode haver somente apego, dependência emocional, suprimento de carência e solidão, pois isso além de trazer frustração a ambos, desviará a atenção dos reais objetivos encarnatórios.
É latente a necessidade de compreender a origem da solidão, que pode inclusive ser de vidas passadas e buscar tratamento, quando necessário com o auxílio de um profissional capacitado. Existem diversas terapias, cursos, formas de autoconhecimento a fim de trazer mais leveza e felicidade para vida.
É um grande desperdício da encarnação repetir os padrões internos negativos, sem buscar entendimento, pois isso só nos torna mais duros e solitários e sabemos que SOLIDÃO SE CURA COM SOLIDÃO.
 
Fonte: site Luz da Serra

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

GENEROSIDADE OU ESGOÍSMO?

Ao fazer sempre o que o outro quer, quem cede se perde de si mesmo.
Somos condicionados desde crianças a ser simpáticos, prestativos, amáveis e a atender às solicitações prontamente. Muitas pessoas passam uma vida inteira procurando uma forma de agradar primeiro seus pais, depois professores e amigos e, por fim, seus parceiros. Independentemente do amor que possa existir entre os pares, as relações muitas vezes se alicerçam na constante busca de aprovação e aceitação por parte dos envolvidos. No início dos relacionamentos tudo parece ser possível, principalmente transformar o parceiro naquela pessoa gentil, afetiva e atenciosa. Mas quando o encantamento dos primeiros tempos se esvai, cada um mostra a si mesmo e ao outro sua verdadeira e inconsciente intenção.
De forma incompreensível as brigas passam a ser a tônica da relação e os motivos brotam do nada: Por que aquele homem (ou mulher) estava olhando para você?", É assim que você quer? Depois não reclame!". Assim, a vida passa a ser um calvário de cobranças, agressões e ameaças. Por mais que se faça, nunca um dos dois ou ambos está satisfeito. As exigências são inatingíveis.
Quando um dos dois ousa fazer algo por si mesmo é acusado de ser egoísta. Por que sempre tem que ter alguém insatisfeito? Por que sempre um dos dois tem que se submeter aos caprichos e vontades do outro na obtenção de harmonia? Por que as pessoas colocam na mão de seus pares a responsabilidade por sua felicidade?
Ao fazer sempre o que o outro quer, quem cede se perde cada vez mais de si mesmo. Já não sabe onde está sua vontade, suas preferências, e passa o tempo todo tentando evitar brigas ao invés de viver a vida. Torna-se apático, triste, ansioso, tenta agradar o tempo todo para evitar desentendimentos. E se frustra.
Por que é que quando temos que escolher quem vai ficar chateado, escolhemos sempre a gente mesmo e nunca o outro? Por que o outro sempre tem que ser atendido? Parte dessas respostas está no condicionamento da infância: "se você não fizer o que estou pedindo, o papai (ou mamãe) vai ficar triste", "Você me desobedeceu então não gosto mais de você". São tantas as frases que ouvimos que nos levam a acreditar que para sermos amados, admirados, aceitos e não corrermos o risco do abandono, que acabamos levando para a vida adulta a crença de que é preciso ser generoso com o outro para não sermos punidos de alguma forma.
Mas ser generoso com o outro desta forma, anulando sua vontade, você não estará sendo extremamente egoísta consigo mesmo? Antes de tudo é preciso entender que fazer a vontade do outro esperando obter um retorno que supra suas necessidades de carinho, consideração e reconhecimento, não é uma atitude generosa, é apenas uma tentativa de obter alimento afetivo. E é preciso compreender também a necessidade de colocar limites em si mesmo. Dizer um basta para suas atitudes repetitivas é uma boa forma de mudar o foco, de colocar o holofote em você, de fazer com que você se torne o personagem principal de sua vida."Dizer um basta para suas atitudes repetitivas é uma boa forma de mudar o foco, de colocar o holofote em você, de fazer com que você se torne o personagem principal de sua vida."
É preciso entender que você está aparelhado para suprir suas antigas necessidades de afeto e atenção. Como esse comportamento foi forjado desde a infância, existe uma criança faminta que acredita que só poderá obter esse alimento afetivo a partir do outro, quando na verdade é você mesmo ? e só você - , que poderá nutri-la. Se ficar atento, perceberá que a sensação emocional que tem quando alguém grita com você, por exemplo, é idêntica à que tinha quando o pai ou a mãe gritavam. Por aí você pode perceber que é "sua criança" que tem medo, e não você. Fazer o exercício de deixá-la sentir-se segura do afeto que você tem por ela é um bom começo para que você mesmo sinta-se seguro de que é um gerador de atenção a você. Dizer sim a você mesmo não é ser egoísta com o outro, é ser generoso consigo. Se você se satisfizer, obterá do outro o respeito que tanto procura, pois estará se respeitando.
Experimente:

Não ir a lugares que não lhe dão prazer
Vestir as roupas que você gosta
Dizer não sem medo de brigar
Liberar o parceiro para fazer o que ele quer sem a sua companhia
Ser honesto com seus desejos e sentimentos
Negociar ao invés de ceder sempre
Não criar expectativas nas atitudes do outro
Fazer acordos de comportamento antes de sair para um passeio ou uma viagem
Fazer a sua comida predileta
Não ceder a provocações. Um bom "truque" é sair de cena, indo ao banheiro, por exemplo. Isso dá tempo do outro também esfriar a cabeça.
Ficar ligado nos seus desconfortos físicos, que irão sinalizar quando você está indo contra suas verdades. A região do umbigo ou estômago são geralmente as que se desestabilizam primeiro.
Pedir um carinho, uma massagem - e entregar-se sinceramente a esse momento.
Falar calmamente sobre suas necessidades e seus sentimentos sem clima de acusação, buscando soluções.

Seja generoso com você mesmo e estará dando um passo importante na harmonia do relacionamento. Lembre-se sempre que o medo é o maior inimigo do amor. Não é fácil mudar certos comportamentos, mas acredite que é possível. E se estiver encontrando dificuldades, procure ajuda profissional. Invista em você e no seu bem-estar.

Fonte: www.personare.com.br

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Medicinas Tradicionais, Homeopatia e Práticas Integrativas já estão nos postos de saúde de São Paulo!

A prática de medicinas tradicionais, ou alternativas, como chamam hoje, já é uma realidade na rede pública de saúde em São Paulo, e a tendência é espalhar pelo país afora o uso dessas medicinas não-alopáticas.
Sua eficiência é comprovada pelo uso há mais de 2000 anos (número até modesto para a Medicina Ayurvedica, por exemplo, que, segundo alguns textos clássicos, remonta a um período ainda mais distante), e é um passo grande para o sistema de saúde público finalmente reconhecer e adotar essas formas de cura e de manutenção do estado de saúde pleno. Quem utiliza os métodos “alternativos” sabe muito bem de sua eficiência. Agora mais gente vai poder usufruir, e gratuitamente, desses serviços.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo possui atualmente um dos maiores programas públicos de incorporação das Medicinas Tradicionais nos serviços de saúde do Ocidente, que vem servindo de modelo para incorporação de tais práticas em vários municípios no Brasil. Essas iniciativas ocorrem em sincronia com um movimento mundial, sendo baseado em iniciativas da (Organização Mundial de Saúde), particularmente a partir de 1978 (ano da realização da Conferência de Alma-Ata, URSS) com resoluções sobre a atenção efetiva que a nossa saúde exige. No Brasil, iniciativas municipais e estaduais já acontecem, visando a incorporação das Medicinas Tradicionais, Homeopatia e Práticas Integrativas e Complementares no SUS. O Ministério da Saúde acompanha tais iniciativas, estruturando vários grupos de trabalho, culminando com a edição da Portaria 971/2006 do Ministério da Saúde.
Nas práticas integrativas e complementares estão incluídas no SUS, até o momento, a Medicina Tradicional Chinesa, Homeopatia, Fitoterapia, Termalismo Social/Crenoterapia e Medicina Antroposófica.
Essas práticas reúnem concepções diferenciadas das ciências biomédicas ou medicina ocidental, com uma grande ênfase no que chamamos de “Integralidade da abordagem”, onde o corpo, a mente e o meio em que vivemos formam uma entidade complexa e não estão separados, como pode parecer a princípio. Isto implica, entre outras coisas, na atuação sobre os fatores causais das enfermidades, além da atuação sobre suas manifestações, como também no resgate da responsabilidade dos indivíduos sobre seu processo de cura.
Nas medicinas tradicionais estão incluídas a medicina tradicional chinesa, a ayurveda (indiana), a medicina unani árabe e as diversas formas de medicina indígena. As terapias das MTs incluem terapias sem medicação, como a acupuntura, terapias manuais e terapias com medicações, com ênfase no uso de terapias herbais. Porém, a principal característica das medicinas tradicionais é sua elaboração no interior de cosmovisões naturistas e holísticas, com abordagens integrais do processo de determinação das enfermidades.
A Secretaria Municipal de Saúde conta com um grande número de unidades de saúde com serviços em algumas modalidades destas especialidades, tais como práticas corporais, meditação, Acupuntura e Homeopatia, plantas medicinais e alimentação saudável...

Mais informações: tel: (11) 3397-2223
medicinastradicionais@prefeitura.sp.gov.br
Em outros Estados, procure também a Secretaria de Saúde de sua cidade.


Fonte: www.jornalternativonline.com.br

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Ciência e a Meditação em sintonia

Este mês a Revista Bons Fluidos traz uma reportagem falando sobre a meditação e seus benefícios: "estudos em curso sugerem que a meditação pode aumentar a eficiência do célebro. E vão além: sua prática diária tem efeito importante até na luta contra o câncer. Essa é uma histórita que merece sua atenção."
Abaixo, alguns trechos da matéria. A reportagem completa está na Edição 155 - Fevereiro/2012.


O MONGE E A CIÊNCIA
No final do ano passado, o dalai-lama apresentou-se em evento promovido pela Associação Palas Athenas, em São Paulo. Na companhia de pesquisadores es­trangeiros e brasileiros, ele discorreu sobre o tema "Estados de consciência e os conhecimentos acerca das práticas contemplativas, como a meditação, e seus efeitos no cérebro". O simpósio marcava o se­gundo encontro dessa natureza no Brasil - o primeiro, em 2006, versou sobre ciência e espiritualidade -, na mesma linha de outros tantos que Sua Santidade vem realizando, desde 1987, em vários pontos do planeta, para discutir as pontes entre os conhecimentos tradi­cionais e os científicos, sob a organização do Mind and Life Institute (instituto da mente e da vida).
Elisa Harumi Kozasa foi uma das convidadas. Ela tem certificação internacional do programa Cultivating Emotíonal Balance (CEB), criado com base em uma in­dagação de Sua Santidade, o dalai-lama. Ele pergunta­va se as práticas contemplativas poderiam, juntamen­te com conhecimentos da psicologia, ajudar a lidar com nossas emoções destrutivas. Paul Ekman (maior especialista em expressões emocionais) e Rlan Walla-ce (considerado um dos grandes professores de me­ditação no Ocidente) criaram então o CEB, para tentar responder a pergunta do dalai-lama.
Ainda no evento com o dalai-lama participou o médi­co neurorradiologista Edson Amaro Jr., coordenador do Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein, falando a respeito da plasticidade do cérebro em prá­ticas contemplativas. A pesquisadora Tâmara Russell, do King's College de Londres, tratou de estudos publi­cados em revistas cientificas sobre os efeitos neuronais da técnica de meditação de atenção plena (Mindful-ness). Geshe Lobsang Tenzin Negi trouxe os resultados da pesquisa sobre os efeitos da meditação para a compaixão sobre o stress.
 
MEDICIA INTEGRATIVA
A meditação como prática complementar aos trata­mentos de pacientes com câncer no Hospital Israeli­ta Albert Einstein faz parte de um projeto maior, coor­denado pelo Dr. Paulo de Tarso Lima. Cirurgião, ele reúne em seu currículo graduações em programas de Medicina Corpo-Mente, na Universidade Harvard; Re­dução de Stress baseado em Mindfulness, na Univer­sidade de Massachusetts; Medicina Integrativa, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Tam­bém frequenta a Barbara Brenner School of Healing, na Flórida, onde a cura é estudada com base na ener­gia humana.
 A medicina integrativa surgiu nos Esta­dos Unidos na década de 1970. Faz uso de todo tipo de terapia consagrada cientificamente, seja ela con­vencional ou complementar, unindo os conhecimen­tos da medicina tradicional oriental, com sua abordagem holística, e a ocidental, apoiada na produção científica e na tecnologia. Essa terapêutica aborda de forma integral o processo de cura, envolvendo men­te, corpo e espírito. Acupuntura, Reiki, Ioga, meditação, orientação nutricional harmonizam a energia do nosso corpo, estimulando uma reação aos sintomas das doenças. As práticas meditativas são usadas co­mo coadjuvantes no tratamento.

 
MEDITAÇÃO DA COMPAIXÃO
Um estudo de 2010, realizado na Universidade de Emory, Georgia, Estados Unidos, acrescentou mais um benefício à já impressionante lista de efeitos da meditação. O estudo conduzido por um professor de budismo tibetano Geshe Lobsang Tenzin Negi e pelo professor Charles Raison, ambos do departamento de Psiquiatria e Ciências Comportamentais, de Emory, provou que praticar um tipo particular de me­ditação pode ajudar a reduzir a resposta inflamatória ligada a situações de stress interpessoal. Como se sabe, a inflamação tem efeitos cumulativos muito pe­rigosos para a saúde.
Lojong, a meditação da compaixão, é um treino para expandir o afeto para além do pequeno grupo que consideramos amigos. "A prática determina uma mudança no processo cognitivo que remodela nos­sos relacionamentos e permite conexões com  toda a humanidade", explica Tenzin Negi, que também é diretor espiritual do Mosteiro Drepung Loseling, no Es­tado de Karnataka, na Índia do Sul.
Como em outras modalidades, a Lojong começa pelo treino respiratório, que estabiliza a mente e refi­na a atenção. Em seguida, vem a pratica de Minctful-ness, para exercitar o não julgamento, a atenção ple­na e a consciência corporal, com foco no desejo de felicidade para todos. Afinal, esse desejo deve ser projetado no universo para atingir todos os seres.
Os pesquisadores mediram as respostas biológi­cas à lojong e constataram que a diferença nos níveis de stress se acentuou muito a partir de um determi­nado tempo de meditação - quanto maior a intensidade da prática, mais baixo o nível de stress. Dr. Negi acredita que uma maior aceitação do outro pode ser um instrumento de saúde.