Por Marcela Pimenta Pavan
As mudanças fazem parte da vida.
Ir para uma nova cidade, decidir por uma carreira internacional, mudar de
profissão, de estado civil, de emprego, de casa, de vida.
Existem as mudanças desejadas e
também as imprevistas. Independente do jeito que for, as novas situações nos
levam a buscar diferentes formas de adaptação e nos dá a oportunidade de
ampliar nossas experiências e amadurecer.
Ás vezes a vontade de mudar existe, é
legítima, mas o indivíduo se vê paralisado frente às transformações
que deseja realizar.
Isso é muito comum ocorrer ao
longo do processo terapêutico. À medida que o sujeito começa a
se perceber e se conhecer melhor, ganha autonomia e tem vontade de reformular
para melhor algumas áreas da vida.
No entanto, deixar um
estado conhecido para atingir um novo traz consigo aspectos desafiadores.
Junto com a vontade da
mudança surgem também as sensações de medo e insegurança. Será
que vale a pena? Será que eu consigo? Essas indagações são naturais e é
importante estar atento, para evitar possíveis boicotes e, assim,
conseguir realizar as mudanças desejadas.
Vontade,
coragem e estratégia
O anseio de mudar é importante,
pois serve como motivador e encorajador para realizar as ações
necessárias. Para isso, é fundamental ter um bom planejamento.
Refletir, ponderar, criar estratégias e prazos é essencial para alcançar aquilo
que se quer.
Alguns aspectos nesse processo
merecem uma atenção especial. Abaixo estão alguns deles:
- Toda mudança leva a algum tipo
de perda. É preciso colocar isso em perspectiva. Para
morar em uma nova cidade, por exemplo, é preciso perder o conforto do ambiente
conhecido. As perdas são naturais e positivas em certa medida, fazem parte do
movimento da vida e são necessárias para que novas situações possam
de fato acontecer.
- Por mais que haja planejamento e
estratégias de ação, por mais que haja vontade, existe um elemento essencial
para fazer a passagem da situação antiga para a nova: Coragem! Essa
capacidade de enfrentamento dos desafios é essencial para abrir o caminho e chegar onde é preciso. A
coragem junto à fé, de que a mudança é o melhor caminho a seguir, é o que
sustenta a travessia. Quando abrimos
mão da situação segura e estamos construindo uma nova, as dúvidas tendem a
surgir intensamente: Será que fiz certo? Será que vou dar conta? Isso acontece
porque a situação nova ainda está se formando, não é possível colher frutos
ainda, é preciso investir tempo, energia e esperar com coragem e fé.
- Mudar deve atender o anseio de
levar o sujeito para uma realidade mais condizente com aquilo que traz
sentido para a sua vida e consequentemente mais satisfação e alegria,
mas isso não quer dizer que não haverão dificuldades. Problemas existirão
sempre, o que muda é a condição emocional da pessoa. Quando se faz
uma escolha em direção a uma nova situação e a mudança é concretizada, a
sensação de realização traz contentamento e a pessoa tende a se tornar mais
tolerante perante as adversidades e mais capaz de superar
os próprios desafios.
A
essência
Uma vez li uma frase que me chamou a
atenção e cabe bem nesse momento: “É
importante não perder de vista as coisas que te encantam, pois ali há um
pouco da tua essência”
Quanto mais nos distanciamos daquilo
que nos encanta em função do que é puramente conveniente, mais a vida
perde seu sentido. Ás vezes não percebemos esse distanciamento e quando
nos damos conta estamos muito longe daquilo que nos traz alegria. Nesse momento
a semente de uma transformação é plantada e é importante olhar para ela
com coragem e avaliar se é a hora de iniciar uma transição com todos
os desafios e satisfações que essa mudança irá trazer.