"Tudo que é seu, encontrará uma forma de chegar até você." (Chico Xavier)


sábado, 17 de setembro de 2011

A Solarização que desinfeta

A simplicidade da ideia de usar os raios solares para a desinfecção da água tem aquele toque de gênio que faz com que todos queiram saber porque nunca se pensou nisso antes. Certamente parece ser mais prático para uma boa dona de casa do Terceiro Mundo deixar algumas garrafas de água no sol por um dia, do que usar lenha valiosa e cada vez mais escassa para fervê-la.

O método consiste em deixar a água ou a solução para reidratação oral no sol durante várias horas, em recipientes de vidro incolor ou de plástico transparente. O método também é eficaz em dias parcialmente nublados, embora seja então necessário mais tempo de exposição. Os autores sugerem que - para maior segurança e para evitar a necessidade de medição precisa - as donas de casa devem ser aconselhadas a expor a água desde a manhã até o final da tarde. A água pode, então, ser armazenada no mesmo recipiente por um ou dois dias.
O livro-manual Solar disinfection of drinking water and oral rehydration solutions (Desinfecção solar de água potável e de soluções para reidratação oral) de Aftaim Acra e outros, se dirige ao pessoal de atenção primária e aos envolvidos em programas nacionais de controle da diarréia. É particularmente adequado para pessoas com boa escolaridade, pois o pessoal do campo, se de baixa escolaridade, pode achar a linguagem um pouco difícil e algumas explicações teóricas desnecessárias ou confusas.

Desinfecção solar da água ou SODIS (SOlar water DISinfection) é um método de desinfecção da água de baixo custo que utiliza o raios ultravioleta (UV) do SOL e garrafas de vidro ou plásticas do tipo pet (recicladas) transparentes. Segundo trabalhos de pesquisa o método inativa as seguintes bactérias: Escherichia coli, Vibrio cholerae, Streptococcus faecalis, Pseudomonas aeruginosa, Shigella flexneri, Salmonella typhi, Salmonella enteritidis,Salmonella paratyphi e alguns vírus, tais como: bacteriófago f2, rotavírus, vírus da encefalomiocardite, e oocistos de Cryptosporidium SP.

O efeito da luz solar sobre vibriões de cólera, vírus e cistos amebianos não foi estudado. Embora possa ter algum efeito sobre os dois primeiros, é menos provável que possa matar amebas. Mas, o principal objetivo do método consiste em remover os agentes patogênicos que podem se multiplicar na solução de reidratação oral e a chance de isto acontecer com as amebas é pequena.

Uma questão mais séria, ainda sem resposta, diz respeito à eficácia do método em água turva, porque a luz solar é dissipada e as bactérias podem ser protegidas por partículas sólidas. Neste caso, o recomendável seria filtrar esta água com um sistema de pedras, seixos e areia.


Vejamos os efeitos atribuídos à radiação que contribuem para a inativação de microorganismos patogênicos:

- Raios UV-A - interferem diretamente com o metabolismo e destroem as estruturas celulares das bactérias.

- Raios UV-A (320-400 nm) - reagem com o oxigênio dissolvido na água e produzem formas altamente reativas de oxigênio (radicais livres de oxigênio e peróxidos de hidrogênio), que acredita-se causem danos aos patógenos.

- A radiação infravermelha (IV) aquece a água. Se a temperatura da água sobe acima de 5 graus Celsius, o processo de desinfecção é três vezes mais rápido.

- Alguns autores atribuem também como fator de inativação bacteriana o efeito ocasionado pela temperatura, radiação e anaerobiose da água. Neste caso, o O2 (oxigênio) transforma-se em O3 (ozônio).


Texto retirado do site: www.docelimão.com.br

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